terça-feira, 29 de maio de 2012

FASES DA LUA

Há fases da vida que sinto ter o mesmo domínio que o das fases da lua; nenhum. Não sei a sequência, a ordem, quando começa uma e acaba a outra. Tirando a nova e a cheia, que até uma criança sabe identificar, nunca diferencio ou reconheço as outras duas. E da mesma forma me pego olhando para vida como quem observa o céu tentando entender: seria esta fase crescente ou minguante?

domingo, 27 de maio de 2012

ANTES TARDE

Data da ultima publicação? Muito longe. Que pecado. Tanto espaço assim abandonado, ermo, sem voz, sem palavras, sem qualquer baboseira. Que será que houve? Eu poderia chamar de crise de criatividade, mas que criatividade? Acho que são fases quietas da vida. Não que falte assunto, isso nunca, pelo contrário. Será que é isso? Por onde começar? Sei lá, é tanto nesta cabecinha loira. Quando a gente precisa anotar na lista de afazeres: tirar o esmalte do pé...

sábado, 25 de fevereiro de 2012

GOL DE PLACA

Prometi que não ia fazer deste blog um diário, mas hoje tem exceção para um desabafo. Afinal um voo da Gol Linhas Aéreas é sempre uma fonte de inspiração. "Caros passageiros, sejam bem-vindos. Durante o voo serviremos poltronas, ar na temperatura ambiente, oxigênio, janelas com vista para o céu, se vocês derem sorte, talvez água mineral, mas este último item não está confirmado. Comida tem, claro, mas tem que pagar. Sim, sim, o uso do banheiro ainda é gratuito". Agora, imagine você se a passagem fosse barata.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

DE REPENTE

Domingo de carnaval. Churrasco na laje. Doze horas de festa que eu e Caio encerramos com um belo e quase infinito duelo de rimas, com a participação de Wellington Almeida e Felipe Bentivegna, no violão, Fabrício Cataldo acompanhando o refrão e Thiago Jock que ouvia enquanto dormia ou vice versa. Dois dias depois, aniversário do Caio. Eu, de Brasília, escrevo meus parabéns e tal, "mas vai treinando a rima, Caio, pra ficar mais a minha altura no próximo repente". Caio Cavechini, por email: > Pode ir tirando esse reizinho da barriga > O duelo foi intenso, é verdade > Mas das minhas rimas você não fez a metade > Contente-se em ser uma menina criativa, apenas > Que para melhorar ainda precisa dominar os fonemas > > Não quero me gabar, longe de mim, > Você sabe que comigo a coisa não é assim, > Mas preciso registrar, com convicção final, > Que se deixassem eu passava rimando todo o carnaval > > E isso eu comprovo, sem ficar puto > Respondendo seu insulto no mesmo minuto > Escrevendo rápido o que vem na cachola > Batendo no teclado como quem chuta a bola > > E aqui me despeço, agradecendo a acolhida, > Já deixando marcada a próxima partida. Mariane Salerno, por email: Como responder a quem nao tem o que fazer e fica ai fazendo rima Apesar de ninguem dar a minima Só te mando este verso Porque amanha vc fica mais velho Parabens!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

UMA CONTINHA BÁSICA

Luluzinha encontrou Robertinho, amigo dos tempos da escola, quando os dois ainda usavam fraldas.
-Quanto tempo, Robertinho. Que você faz da vida?
-Eu me formei em Matemática.
-Uau, que máximo. Onde você trabalha?
-No Tribunal de Justiça.
Cara de interrogação da Luluzinha. Roberto logo explica.
-Sou eu que calculo as setenças dos condenados. Por exemplo, eu fiz o cálculo dos anos de prisão para Lindemberg.
-É mesmo? Como você chegou aos 256 anos?
-Simples. Eu peguei a idade do júri, vezes a área do tribunal, mais o número de cadeiras da sala. Daí, raiz quadrada de Pi, vezes o cubo da hipotenusa, multiplica pelo IMC das testemunhas e pronto!
-Eu sempre desconfiei desses números estranhos. Tinha que ter calculadora científica envolvida nisso.
-Ah, ainda não acabou, falta a conta final.
-Nossa seu trabalho é difícil. Qual é?
-Você pega o total menos 99%. É o tempo que ele vai ficar preso.

FIM DO MUNDO

A familia toda se divertia enquanto Sofia chorava. Todos achavam graça da preocupação que andava tirando seu sono aos oito anos. "Mariane, você é repórter e consegue saber se uma coisa vai acontecer, né? Um menino da minha sala disse que o mundo vai acabar esse ano. É verdade isso que ele falou? Você também é repórter, Thiago. Você não sabe as coisas?"
Eu dei risada, o que só piorou o choro. Logo tomei bronca da tia. "Sofia, se o mundo acabar vc já viveu bastante, já brincou e se divertiu o suficiente". Mais choro, mais bronca. Percebi que o negócio era sério. Que a possibilidade do mundo acabar estava deixando Sofia abalada. Aí, me lembrei de quando era criança. Tinha medo que acontecessem as coisas dos filmes, que o mundo ficasse coberto de água ou fosse invadido por zumbis canibais que acabariam com a gente, levariam meus pais, botariam fogo na casa, destruindo minhas bonecas - que nessas horas de maior tensåo dormiam todas na minha cama. "Sofia, por que você tá tão preocupada?"
"O mundo nåo pode acabar, eu sou muito nova. Eu quero fazer 18 anos, ir morar sozinha, ser rica e comprar uma mansåo só pra mim".

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

UM BLOG PRA CHAMAR DE MEU

Tomei a iniciativa. Assim surge um blog pra chamar de meu. Fui atraída e me rendi sem resistência a este espaço, simples e livre. Um infinito papel em branco, sem prazo, sem demanda, sem expectativa. E como queria, começo a degustar um doce azedo no ar.